Um novo dia raiou, e com ele, uma sensação de paz e tranquilidade. A dor intensa e o medo deram lugar a uma sede profunda. Tentei pedir água, mas minha voz parecia não alcançar ninguém.
Mesmo sem poder ver, senti a presença de várias pessoas ao meu redor. Mãos gentis tocaram as minhas, e senti carícias em meus cabelos. A sensação era familiar, reconfortante. Seriam meus amigos, minha irmã? E André… será que ele também estava ali?
Uma onda de saudade me invadiu. Saudade dos abraços apertados, dos sorrisos sinceros, do calor humano que me envolvia. Saudade da sensação de pertencimento, de ser amada e acolhida.
Talvez essa seja a hora de deixar para trás as mágoas, os medos, as incertezas. De me abrir para o amor e a amizade, de valorizar cada momento, cada sorriso, cada toque.
Afinal, a vida é um sopro, e cada segundo é precioso demais para ser desperdiçado com sentimentos negativos. Que eu possa aproveitar cada instante, cada abraço, cada carinho, como se fossem os últimos. E que eu possa levar comigo, para sempre, a lembrança do amor e da amizade que me cercam, mesmo quando meus olhos não puderem mais ver.