medida que o tempo passava, uma nova amizade floresceu em meio à escuridão do quarto de hospital. Uma voz gentil e um toque suave na pele se tornaram minha companhia constante. Era Fátima, uma mulher de riso fácil e coração acolhedor.
Embora eu não pudesse ver seu rosto, sua presença era reconfortante. Ela me contava sobre sua vida, sobre as pessoas que me cercavam, sobre o mundo lá fora. Suas histórias me distraíam da dor e do medo, me transportando para um mundo de cores e alegrias.
A voz de Fátima era como um bálsamo para minha alma cansada. Ela me falava sobre seus sonhos, seus medos, suas esperanças. Compartilhava comigo suas experiências, suas vitórias e seus fracassos.
“- Sabe, Carol, hoje eu vi um beija-flor no jardim do hospital. Ele era tão pequeno e delicado, mas voava com tanta energia e determinação. Me fez pensar em você, na sua força e coragem para enfrentar essa situação.”
“- Obrigada, Fátima. Suas palavras me dão força para continuar lutando.”
Fátima me contava sobre seus filhos, sobre as travessuras que aprontavam, sobre o amor incondicional que sentia por eles. Suas histórias me faziam lembrar da minha própria família, da minha irmã e da minha sobrinha que ainda não tive a chance de conhecer.
“- Tenho certeza que sua irmã está ansiosa para te ver, Carol. Ela me contou que a pequena Carol é a sua cara, com os mesmos olhos expressivos e o mesmo sorriso encantador.”
“- Mal posso esperar para conhecê-la, Fátima. Espero que em breve eu possa estar em casa, cercada pelo amor da minha família.”
A amizade de Fátima me ajudou a superar os dias longos e solitários no hospital. Sua alegria contagiante e sua positividade me inspiraram a não desistir, a continuar lutando pela minha recuperação.
Graças a ela, meu sono não era mais tão pesado, nem tão longo. A cada novo dia, eu acordava com a esperança de que em breve poderia voltar para casa, para a vida, para o amor daqueles que me esperavam.