Compartilhe!

E o presente do César… Ah, o presente do César! Esqueci completamente dele na correria do dia. Ele vai ficar furioso, assim como ficou no ano passado, quando confundi o time dele.


“- Mas Carol, como você pode achar que eu torço para o Palmeiras? Sou corintiano roxo desde criancinha!”

“- Desculpa, amor. É que tem tantos times por aí, me confundi.”

“- Tantos times? Só existem dois times de verdade, Carol: o Corinthians e os outros!”


César me olhou com uma expressão de incredulidade, balançando a cabeça em reprovação. Tentei contornar a situação com um sorriso amarelo e um abraço apertado, mas a mágoa era evidente em seus olhos.

Agora, deitada nesta maca, a caminho do hospital, a culpa me corroía por dentro. Não só havia esquecido o presente, como também não tinha a menor ideia de qual time ele realmente torcia.


“- Será que ele gosta do São Paulo? Ou do Santos? Ah, não importa! Ele vai me odiar de qualquer jeito.”


As lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto, misturando-se à chuva que ainda tamborilava na janela da ambulância. A dor física se intensificava, mas a dor no coração era ainda mais insuportável.


“- César, me perdoa. Eu te amo tanto…”


Sussurrei as palavras, na esperança de que ele pudesse me ouvir, onde quer que estivesse. A culpa, a saudade, o medo… Tudo se misturava em um turbilhão de emoções, me levando para um lugar desconhecido.

Compartilhe!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *