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Materiais

a) Um caldeirão ou panela grande com capacidade de uns 25 litros, cuja altura seja no mínimo 2cm maior que uma garrafa de cerveja em pé, ou seja 30cm.
Este recipiente servirá para três operações:
  1º- Ferver a água;
  2º- Cozinhar o malte;
  3º- Pasteurizar a cerveja já pronta.
OBS.: A panela só deve ser usada para fazer cerveja. Lave esta panela nova SEM SABÃO, areando-a com pedaços de gengibre ou limão, e ferva água nela até eliminar qualquer gosto estranho de “panela nova”.
Guarde-a com cuidado para protege-la de usos indevidos.
b) Um balde plástico com capacidade de 20 litros, para guardar água fervida, baldear cerveja, coar malte etc.
c) Uma peneira metálica de malha fina, que tenha o diâmetro maior do que o balde anterior, onde ela possa se apoiar, e que servirá para coar o material durante a fabricação.
d) Um escorredor de macarrão, tipo cestinha plástica, e que serve para lavar e peneirar o malte.
e) Uma escova própria para limpar garrafas.
f) Uns panos de saco de trigo ou açúcar – servirão para coar o material.
g) Um vidro grande de boca larga(maionese, café solúvel, etc.) muito bem lavado, para recolher o fermento após a fabricação da cerveja.
h) Uma esponja plástica nova, do tipo áspero, para fazer a limpeza dos utensílios sem sabão.
i) Uma colher de pau nova, para mexer a cerveja sem contaminá-la.
j) Um vidrinho de tintura de iodo, para fazer o teste da conversão do malte.
k) Um termômetro com tamanho suficiente para ser mergulhado na panela.
OBS.: Tudo deve ser lavado sem sabão, assim garante que nada fique “quadrado”

Início do preparo

COMECE PREPARANDO A ÁGUA:
Uma boa maneira de começar a fazer uma cerveja, é fervendo uns 20 litros de água, que assim já estará fria e aerada na hora de iniciarmos a fabricação.
AERAÇÃO é a operação pela qual devolvemos o oxigênio à água fervida. A água, ao ser fervida, perde todo o seu “ar”, e, para recuperá-lo, passamos essa água (já fria) de um balde para outro, por diversas vezes, agitando bastante, o que permite à água RECAPTURAR o “ar” perdido.

INGREDIENTES:

Malte – 600g ;
Lúpulo – 40g ;
Caramelo de milho – A Gosto ;
Açúcar – 1Kg ;
Água Filtrada, Fervida e Aerada – 20 litros ;
Fermento Cervejeiro – 1 Dose (30 mL) ;
Sal de Cozinha – 1 Colher de Chá.

MODO DE FAZER:

1 – Limpar o malte sacudindo-o numa peneira ou escorredor de macarrão, para retirar a palha e o pó.
2 – Lavar este malte ligeiramente em água corrente da torneira.


3 – Moer o malte com água no liquidificador, até ele adquirir a aparência de trigo para quibe. A este material moído, de agora em diante, passaremos a chamar de MOSTO.
NOTA: Você não deve moer excessivamente o malte até transforma-lo num mingau. Isto trará problemas mais tarde, na hora da filtragem. 
4 – Cozimento, vamos cozinhar o mosto em uma panela com cinco ou sete litros de água, mexendo de vez em quando com uma colher para o material não grudar no fundo.


5 – Conversão do amido em açúcar. No grão de malte existe uma enzima chamada MALTASE, que ao ser aquecida tem a propriedade de transformar o amido do cereal em açúcar de malte, ou seja, MALTOSE.
Brassagem é a operação de cozinhar CONTROLADAMENTE este mosto por 45 minutos, obedecendo à seguinte escala de temperaturas:
a) De 40° a 50°C : 15 minutos (proteínas/acidez)
b) De 50° a 60°C : 15 minutos (conversão de maltose)
c) De 60° a 72°C : 15 minutos (conversão da dextrose)
 
OBSERVAÇÕES: 
  1. Passou dos 72°C,  perdeu, ok?

  2. Não importa quanto tempo o mosto vai demorar para aquecer até os 40°C. Só 

    começamos a contar o tempo de cozimento quando esta temperatura já for atingida. 

     

     

  3. Na primeira etapa do cozimento (40/50°C) coagulamos as proteínas do malte eliminando a acidez da cerveja. Na segunda etapa (50/60°C) você sacarifica (TRANSFORMA EM AÇÚCAR o amido, convertendo-o em maltose, que é o açúcar ideal para se fazer cerveja. Na terceira etapa (60/72°C) você “puxa” as dextroses, açúcares muito importantes para uma boa cerveja, pois não são fermentáveis, e que por isto permanecem depois da fermentação, dando sabor, suavidade e encorpando a cerveja. 
  4.  Para controlar melhor esta elevação de temperatura, use um fogo bem baixinho, e vá aumentando AOS POUCOS, na medida em que for necessário aumentar a temperatura. 
  5. Se o tempo de cozimento ultrapassar os 15 minutos por etapa, não se preocupe, pois ISTO NÃO PREJUDICA A CERVEJA. Na verdade, 15 minutos é apenas umtempo MÍNIMO NECESSÁRIO para se fazer uma escala de cozimento bem feita.
 

6 – Controle de temperatura.

Para controlar a temperatura com exatidão mergulhe o seu termômetro até a altura da marca _ gravada na parte inferior do instrumento.
7 – Teste de Iodo.
Na segunda etapa de cozimento (50/60°C) fazemos os testes de iodo para saber se a conversão do amido em maltose ocorreu satisfatoriamente.MODO DE FAZER:
Com a ponta do termômetro ou uma colherinha recolhemos quatro gotas de mosto em um pires branco. Pingamos em cima uma gota de iodo comum. O iodo tem a propriedade de reagir em contato com o amido, mudando de cor e ficando preto azulado. À medida que o amido se transforma em açúcar, o iodo reage cada vez menos, e a substância resultante deste teste vai ficando cada vez mais alaranjada.
Quanto mais alaranjada, mais perfeita e completa foi a conversão em maltose.
Depois que o teste do iodo der positivo, ainda cozinhamos o mosto por mais 15 minutos, até completar a terceira etapa (60/72°C).
8 – Lupulagem
QUANDO A SACARIFICAÇÃO DO MOSTO SE COMPLETAR VOCÊ NÃO PRECISARÁ MAIS SE PREOCUPAR COM A BARREIRA DOS 72°C.
Pode recolher o termômetro da panela e ferver o mosto à vontade. As enzimas já concluíram a sua tarefa, transformando em maltose e dextrose todo o amido que era possível converter.Agora adicionamos ao mosto 40g de lúpulo e vamos fervê-lo por mais uma hora para extrair o seu sabor e princípios aromáticos.9 – Coagem
Depois de uma hora, completada a fervura, coamos o mosto numa peneira de malha fina, para fazer a separação entre o bagaço e o suco do malte.10 – Lavagem
Juntamos um pouco de água ao bagaço, para lavar e extrair os restinhos da maltose.
Fervemos por 10 minutos, coamos e adicionamos este caldo ao suco já separado no item anterior.11 – Coagem fina
Coamos novamente todo este mosto em um saco de padaria.12 – Adição do açúcar
Enquanto o mosto está quente, adicionamos 1Kg de açúcar refinado ou cristal, mexendo-o bastante para dissolver bem a açúcar.

13 – Caramelo
Com o mosto ainda quente, juntamos o caramelo de milho, mexendo sempre para ele dissolver bem. Quanto mais caramelo você adicionar, mais escura e encorpada vai ficar a sua cerveja. Pouco caramelo vai resultar numa cerveja aguada e de colarinho muito frágil.
NOTA: Você também pode deixar para acrescentar o caramelo mais tarde, depois da fermentação, na altura da operação nº 19.

14 – Adição da água
Agora que o mosto já está pronto, podemos colocá-lo no tanque de fermentação, completando com água filtrada, fervida e aerada o que faltar para 20 litros.
NOTAS:
1) Você ganha muito tempo se ferver a ÁGUA ANTES DE COMEÇAR A FAZER O MOSTO. Assim,a água já estará fria e aerada, servindo até para esfriar o mosto.
2) Coloque PRIMEIRO o mosto no botijão, e depois acrescente a água necessária para completar os 20 litros.

15 – Adição do fermento
Antes de adicionar o fermento ao mosto, precisamos ATIVÁ-LO. Para isto colocamos uma dose de fermento em um copo, acrescentamos uma colherinha de açúcar, outra de nutriente , e completamos o copo com água filtrada sem cloro. Deixamos fora da geladeira de uma a duas horas para o fermento reagir e só então o despejamos no tanque de fermentação.

16 – Introdução do fermento no tanque
Esperamos a temperatura do mosto cair a MENOS de 35°C antes de adicionar o fermento já ativado, mexendo muito bem para misturá-lo de uma maneira uniforme.

17 – Fechamento
Fechamos o tanque de fermentação e mergulhamos a ponta do tubinho plástico que sai da tampa em uma garrafa com água. Assim o gás formado pela fermentação pode sair livremente, sem que o ar penetre no tanque.
ATENÇÃO: MERGULHE A PONTA DO TUBO PLÁSTICO APENAS 1 CM DENTRO DA ÁGUA. se você mergulhar muito fundo a pressão da água impedirá a saída do gás e você pensará que a fermentação não está acontecendo normalmente.
Procure vedar com alguma cola (epóxi,silicone) o encaixe do tubinho plástico, para ter certeza de que o tanque está bem vedado. Então, o gás só poderá sai, borbulhando, pela garrafa com água.

18 – Fermentação
O fermento é um ser vivo, que se nutre de açúcar ou maltose. Cada vez que o fermento “ataca” uma molécula de açúcar ele a divide em outras duas: uma molécula de gás e outra de álcool,

19 – No terceiro dia de fermentação já se processou e está na hora de sifonar e coar a cerveja.(Atenção: se nesta ocasião ainda estiver borbulhando muito. ESPERE MAIS ALGUM TEMPO, ATÉ DIMINUIR O RITMO DE SAÍDA DAS BOLHAS. Não interrompa uma fermentação que ainda está ativa.) Não se esqueça de coar!

20 – Aproveitamento do fermento:
O depósito que se formou no fundo do tanque é a nova colônia de fermento, que usaremos para fazer as nossas próximas cervejas. Agitando o botijão, recolhemos este material numa garrafa, guardando-a na geladeira. Depois de dois dias o fermento se deposita no fundo da garrafa.
Viramos a garrafa com cuidado e entornamos fora os restos de cerveja, substituindo-a por água fresquinha, aerada e sem cloro.
Aproveitamos a ocasião para alimentar o fermento, dando-lhe uma colherinha de açúcar e outra de nutriente, e também 2 gotas de limão.

21 – Engarrafamento:
Agora que a cerveja já está pronta para ser engarrafada, o vasilhame já deve estar aguardando, limpinho.
Não lave suas garrafas com sabão ou detergente. É melhor você lavá-las com uma escova própria para garrafas ou sacudi-las com milho ou cascalho fino de aquário.
NOTA: NÃO ENCHA DEMAIS AS GARRAFAS. Basta encher com cerveja até atingir a curvatura do ombro da garrafa.

22 – Tipos de garrafas utilizáveis:
Use somente garrafas de cerveja tipo A, evitando as de pinga ou tubaínas, pois não oferecem resistência à pressão do gás e explodem facilmente.
Nunca utilize garrafões de vinho: Eles simplesmente não agüentam a pressão.

23 – Fechamento com chapinha metálica:
a) Regule a máquina de acordo com a altura da garrafa;
b) Coloque a chapinha sobre a garrafa;
c) Centralize a garrafa no bocal do fechador;
d) Pressione firme a alavanca até o fim.
Se a garrafa prender no bocal, retire-a com uma pequena torção, para baixo. Evite o movimento de vaivém que pode afrouxar a chapinha, estragando a cerveja.

24 – Repouso:
As garrafas, depois de fechadas, DEVEM REPOUSAR DEITADAS por dois ou três dias, aguardando a formação de gás e atingir o ponto certo para pasteurização.

25 – Testes de pressão de gás:
É de máxima importância determinarmos rigorosamente o ponto de gás correto para pasteurização da cerveja. Se pasteurizarmos a cerveja com pouco gás ela fica choca e sem espuma. Já com gás demais corremos o sério risco de explosão.
Para determinarmos com segurança o momento certo da pasteurização, vamos fazer o seguinte teste:
a) TESTE DAS TRÊS GARRAFINHAS: Na ocasião em que engarrafamos as cervejas, fechamos também três garrafas menores (tipo refrigerante), colocando-as junto com o resto do lote. Apos 24 horas, abre-se uma garrafinha para ver como está a espuma. Se, ao derramar no copo, se formar uma espuma de dois dedos,
PASTEURIZE O LOTE TODO IMEDIATAMENTE. Se a espuma ainda não estiver no ponto desejado, vá abrindo as outras garrafinhas – uma por dia – até a espuma atingir o ponto satisfatório, e pasteurize em seguida.
NOTA: Se ao abrir uma garrafinha a espuma já estiver quase boa, reduza para 12 horas o intervalo da próxima garrafa.

26 – Pasteurização
a) Forrar o fundo de uma panela com panos para proteger as garrafas do choque térmico;
b) Encher a panela com água até cobrir a garrafas em pé, e finalmente aquecer até 60°C por 20 minutos, o que basta para matar o fermento e impedir a criação de mais gás.

27 – Maturação
A cerveja preta deve repousar pelo menos 15 dias, antes de ser consumida, ficando ótima dentro de 30 dias e permanecendo em perfeito estado de conservação por um ano.

 

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