E daquele instante em que o nome da futura condessa apareceu escrito no espelho, o nome Sheera tornou-se o mais desejado pelo conde de Vlaadmerka…
Saindo pelas ruas da cidade, os guardas entravam de casa em casa, clamando por saber o nome de cada uma das mulheres ali presentes.
Até que, em uma casa simples e modesta, alguém respondeu:
– Meu nome é Sheera…
Os olhos do guarda se espantaram ao ver tal figura, tratando-se de uma velha de quase cem anos. Mesmo sabendo do objetivo do conde, o guarda a pegou pelo braço e levou-a até o castelo. Ao chegar lá, apresentou-a ao conde, que, irritado, mandou prender o guarda na torre norte do castelo. No entanto, pediu para que a “noiva” esperasse sentada e chamou Madame Potchenko para ver a pessoa que o espelho havia revelado.
Quando Madame Potchenko foi encontrada, ela logo disse:
– Disse que ela é boa parideira, você não achou?
Os olhos do conde se transformaram, dando um ar de amargura. Ele se voltou contra Madame Potchenko e disse:
– Tu achas que me casarei com aquilo?
Madame Potchenko riu e respondeu:
– Sim, mas não é exatamente a pessoa que procura, é aquela que encontrou. Verá então que ela é boa parideira e que sua neta possui um belo nome.
Então, ao voltar ao encontro de Sheera, Seh-Ja perguntou:
– Você tem filhos e filhas?
Ela respondeu afirmativamente e pediu que pudesse recebê-los em visitas enquanto estivesse presa no castelo.
O conde, com ares de imperador, perguntou:
– Diga-me os nomes de todas as mulheres que vivem após você.
Por entre os vários nomes que ela disse, um chamou a atenção:
– Sheera.
Seh-Ja percebeu que o destino tinha uma maneira peculiar de se revelar. A Sheera que ele procurava não era a velha que estava diante dele, mas uma de suas descendentes.
Com um olhar determinado, o conde ordenou que trouxessem todas as mulheres da família de Sheera ao castelo. Quando a jovem Sheera entrou, seus olhos encontraram os do conde, e ambos sentiram uma conexão imediata, como se o destino os tivesse finalmente unido.
– Você é Sheera? perguntou Seh-Ja, com uma voz suave e esperançosa.
– Sim, sou, respondeu a jovem, com um misto de curiosidade e coragem.
– O espelho revelou que você será minha esposa e a mãe do formoso que trará uma nova era para Vlaadmerka, disse o conde, segurando gentilmente a mão da jovem.
Sheera, sentindo a sinceridade nas palavras de Seh-Ja, aceitou o desafio. Ela sabia que juntos poderiam mudar o destino de sua cidade. E assim, com o apoio de Madame Potchenko e a bênção do profeta, a aliança entre Seh-Ja e Sheera foi selada, prometendo um futuro próspero e seguro para Vlaadmerka.
O casamento foi celebrado com grande pompa, e o povo de Vlaadmerka, agora unido sob a liderança do conde e de sua nova condessa, enfrentou as adversidades com coragem e esperança. As palavras do profeta, embora trágicas, foram transformadas em um novo começo, onde o amor e a determinação prevaleceram sobre a maldade e a destruição.
– Cristiano Ricardo